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"Um dos sinais de identidade da natureza humana é o que situa os homens ante problemas que são demasiado difíceis para eles, sem que lhes reste a opção de os deixar sem abordar por causa dessa dificuldade. Esta provocação do ser humano por parte do inacessível, que é ao mesmo tempo o não-dominável, deixou desde os inícios da filosofia europeia uma marca inolvidável; ou melhor: talvez que a própria filosofia seja, no mais amplo sentido, essa marca."
"Regras para o parque humano" (Peter Sloterdijk)
Isso quer dizer que os problemas não têm nenhuma relação necessária com a "essência" das coisas ou com a verdade, se quisermos.
Enquanto obstáculos que impedem a nossa prática de avançar ou a construção de ideias coerentes sobre o mundo, os problemas têm de ser ultrapassados e não podem existir verdadeiros problemas insolúveis.
Não sei se não será um pouco wittgensteiniano dizer que a filosofia se limita aos problemas e que, portanto, não pode estar à altura das suas reivindicações.
Se ela deve abdicar à partida perante o "inacessível" ou o "não-dominável", podia ser substituída pela moral ou por uma espécie de código de estrada (a fluidez do movimento é tudo).
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