"A tese segundo a qual os media têm efeitos limitados não exclui que alguns dos seus efeitos, em determinados contextos, sejam imensamente poderosos. Os mesmos factores que limitam em geral o poder dos media podem, em certos casos, amplificar esse poder. O papel dos públicos consiste, com efeito, em servirem de filtros ou de amplificadores. Existem ou não existem públicos retransmissores, minorias activamente envolvidas num papel de construção da recepção?
A instrumentalização dos sofrimentos visa, por exemplo, mobilizar os públicos existentes, criar novos públicos e lançá-los na acção."
"Quando mostrar é fazer" (Daniel Dayan)
É difícil não pensar numa física das massas humanas, antes mesmo de qualquer sociologia.
Estes fenómenos de instrumentalização dos públicos, de manipulação dos conteúdos jornalísticos, ao nível do indivíduo podem não ser sensíveis, como não deve ser a água para o peixe no cardume. Mas a ciência descobriu um nexo "diabólico" entre a estatística e o comportamento dos indivíduos.
Podemos, sabendo isto, fazer profissão de manter os olhos sempre abertos, e é quando melhor somos enganados.
A matéria do nosso pensamento e da nossa conversação é feita do que passa pelos filtros e pelos amplificadores de que fala Dayan. Era preciso, de cada vez, um "corte epistemológico" ou a conexão a uma esfera superior e independente. A falta que Deus faz…
0 comentários:
Enviar um comentário