sábado, 7 de março de 2009

O MUNDO DA VERDADE



"Os economistas preocupam-se com o ambiente, mas sonham com um mundo onde isso não seja mais uma questão que convide à postura moral, mas que esteja convenientemente integrada em mercados e no mundo da verdade, que providenciariam tanto a informação quanto os incentivos necessários para persuadir as pessoas comuns a comportarem-se dum modo ambientalmente responsável. Num tal mundo, teríamos claros sinais acerca do custo das nossas acções reflectido no preço de mercado."

"The Undercover Economist" (Tim Harford)


É uma profissão que, hoje em dia, se deve sentir como o ilusionista que encontra outro na rua. Mas isto, evidentemente podia aplicar-se, em qualquer tempo, aos médicos, por exemplo.

Depois do Crash, não podemos acreditar no "mundo da verdade" representado pelo mercado. Ou então, é uma verdade que precisa da polícia.

Mas racionalmente a ideia impõe-se. Há, de facto, um enorme progresso em que o institucional garanta as condições mínimas da civilização, em vez delas dependerem só da consciência moral de cada um. Não somos, realmente, "bons selvagens" e não podemos manter-nos por muito tempo em bicos de pés. A fadiga, quanto mais não seja, há-de sempre trazer-nos de volta ao egoísmo natural.

Por isso, é verdade que a defesa do Ambiente não pode depender dos indivíduos se sentirem de bem consigo mesmos e animados duma suficiente consciência cívica. É mais seguro que eles sintam que a ecologia é do seu interesse.

Só nas utopias sociais é que se descobriram homens naturalmente bons e que, mesmo se alcançam o poder absoluto, podem continuar a ser justos, desde que se reclamem dum ideal de justiça.

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