quinta-feira, 11 de setembro de 2008

LIBERTINOS E FILÓSOFOS


Rousseau chez milord maréchal

"Com efeito, o que a mentalidade popular, ou antes, burguesa, não seria capaz de admitir nem compreender é que aqueles que ela considerava como os guardiões da ordem social pudessem, pela sua degradação voluntária, pôr em questão a ordem social e, desse modo, derrubar todos os valores sociais."

"Sade, meu próximo" (Pierre Klossowski)


Será preciso recorrer à pulsão de morte sugerida por Freud na sua fase de maturidade para explicar o comportamento dos libertinos que, como Sade, escavaram o próprio terreno em que assentavam os seus privilégios?

As chamadas forças conservadoras dependem menos dos esforços individuais do que dum adequado funcionamento do sistema social de que fazem parte, sendo a ideia que o grupo faz de si próprio uma das principais variáveis.

O ataque dos filósofos das Luzes às ideias tradicionais, muitos dos quais foram acolhidos e celebrados pela aristocracia, como foi o caso de Rousseau, introduziu nesse meio a má-consciência e os comportamentos paradoxais.

O erro da opinião burguesa foi, como sempre é, o de desvalorizar a importância das ideias e de confundir a forma (as conversas de salão) com o conteúdo (as ideias revolucionárias).

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