Maria Schneider (1952/2011) |
A sua vida mudou com
uma cena que não constava do script
e que, segundo ela, lhe foi submetida no momento da filmagem. Marlon teria tido
a ideia da manteiga e Bertolucci, com
olho comercial, não menos do que de vanguardista, não deixou fugir a
oportunidade.
Claro que o filme se
tornou popular só por causa do escândalo, mas foi também o símbolo duma mudança
de costumes. Acaso nos escandalizamos com o totalmente estranho?
A actriz, filha de
Daniel Gélin (que terá enjeitado a paternidade) e duma modelo romena, tornou-se,
dum dia para o outro, um objecto de prostituição “sagrada”, ao ponto de
procurar refúgio na droga e ter tentado o suicídio. Nunca mais quis filmar o
corpo “marcado” por aquela cena.
Ao contrário duma
Marilyn Monroe, por exemplo, que pôde simbolizar o desejo de tantos homens, por
não poder ser associada a nenhuma “fantasia” explícita nem a nenhum tabu infringido,
Maria Schneider viu-se, com 20 anos, no papel da vítima propiciatória, como o
animal sacrificado que a divindade implacável exige para expiar a “transgressão”.
Maria Schneider morreu
ontem, em Paris, com 58 anos.
1 comentários:
Não vi esse filme e fiquei sem vontade nenhuma de o ver.
Maria Helena
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