Clemente de Alexandria |
“Clemente
de Alexandria (c.150/215) acreditava que a ideia filosófica de um cosmos eterno
era idólatra, porque apresentava a natureza como um segundo deus co-eterno.”
(“The case for God” (Karen Armstrong)
O infinito e a
eternidade, para nós mortais, são incompreensíveis (em ambos os sentidos da
palavra) porque, como Kant demonstrou, nem sequer podemos dizer que o mundo
teve um começo e qual é o tamanho dele.
São palavras que fazem
parte do nosso mundo mas são ainda mais “contra-intuitivas” do que a ideia dos
triliões de dólares da dívida pública americana. Embora as possamos utilizar
todos os dias, podemos “concebê-las”, mas não, realmente, compreendê-las. São
como todos os “omni” atribuídos a Deus.
O infinito e a
eternidade aplicadas ao universo “resolvem” muitos dos problemas que nos
colocamos (por exemplo, o que é que havia antes do Big Bang ou de qualquer
outra teoria do começo de tudo), mas é da mesma maneira que a ideia de Deus põe
“uma pedra sobre o assunto”. E, como se sabe, tudo começa pela primeira pedra,
até as barragens.
Tinha toda a razão
Clemente de Alexandria. Todos nós somos crentes (na sua opinião, idólatras) em
relação ao que aparece com a beleza duma noite estrelada.
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