A fresco taken from the north wall of the Tomb of the Diver featuring an image of a Symposium
"Em oposição, no concetto platónico, a permuta oral torna possível, e até autoriza, um desafio imediato, contra-declarações e correcções. Ela permite ao interlocutor corrigir as suas teses e, se necessário, virá-las do avesso, à luz duma pesquisa e duma exploração partilhadas. A oralidade aspira à verdade, à honestidade da auto-correcção, à democracia, por assim dizer, da intuição partilhada (…). O texto escrito, o livro arrumaria a questão."
"Les Logocrates" (George Steiner)
Há, segundo Steiner, uma autoridade implícita no texto escrito, "uma pretensão ao magistral e ao canónico" que condena todo o comentário à exterioridade. Só se pode "desafiar" um texto com outro texto.
Não há diálogo na leitura, a não ser o do leitor consigo próprio, mas será o diálogo socrático um modelo da oralidade e terá esta o valor maiêutico do método socrático?
Steiner diz que a força desse ensino (já aqui a ideia de democracia parece estranha) lhe vinha de cair, quando menos se esperava, numa reflexão profunda, tanto quanto das palavras efectivamente empregues.
O diálogo socrático é uma estratégia pedagógica. Quase podíamos dizer: interactiva, porque o "aluno" põe em jogo os seus erros e a sua ignorância.
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