quarta-feira, 31 de março de 2010

O TRIUNFO DA ECONOMIA



"Agora, eu quero que o leitor especialmente observe que chegámos a estas formas de perfeito traçado gótico sem a mais pequena referência a qualquer prática de qualquer escola, ou a qualquer lei ou autoridade quaisquer que fossem. São formas que, essencialmente, nada têm a ver quer com os Godos quer com os Gregos. São formas eternas, baseadas nas leis da gravidade e coesão; e nenhumas outras melhores ou tão boas poderão alguma vez ser encontradas, enquanto as presentes leis da gravidade e coesão subsistirem."

"The stones of Venice" (John Ruskin)


Longe de decorrerem de qualquer sistematização, essas formas foram encontradas "acidentalmente", a partir de experiências num ponto implicando compensações e correcções noutro lugar, sempre sob a batuta do mestre implacável que é a gravidade terrestre.

A primeira coisa que surpreende neste regime de construção, exigindo grandes recursos materiais e humanos, é essa liberdade de invenção, como se o tempo não contasse ( e, com efeito, muitos desses estaleiros de catedrais foram transeculares). Poderia, no nosso tempo, existir um equiparável desprezo pelo orçamento ou o calendário? Que tribunal de contas aceitaria o critério do "ad majorem Dei gloriam"?

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