"(…) Como todos os seres realmente fortes, ele tinha um humor igual."
"Les Paysans" (Honoré de Balzac)
Com a definição balzaquiana, quantos não resvalam para o mundo dos fracos, e um género muito mais do que outro!
Não se deve, é claro, confundir a igualdade do humor com a insensibilidade, nem com a antiga noção de "equanimidade". Esta é o triunfo da filosofia, segundo alguns pensadores antigos, e aquela é uma redução do mundo, como acontece quando o frio nos obriga a enfiar num casulo aquecido.
Não se pode lidar com o humor directamente, mas como ele depende estreitamente do regime corporal, pode-se sempre, seguindo a lição de Descartes (no Tratado das Paixões) fintá-lo com um movimento voluntário.
Apesar disso, penso que os que são verdadeiramente estáveis são-no por uma graça da natureza. E isso está muito mais ao alcance dum nervoso (dentro da clássica teoria dos humores), que qualquer espectáculo distrai, do que dum bilioso que consome e se consome.
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