segunda-feira, 17 de agosto de 2009

O INFERNO NÃO É PRECISO


O Panóptico de Bentham


"Superficialmente falando, a perda da fé nos estados futuros é politicamente, senão decerto espiritualmente, a distinção mais importante entre o período presente e os séculos anteriores."

"La crise de la culture" (Hannah Arendt)


Se o medo do Inferno já não tem qualquer utilidade política e os "amanhãs que cantam" não modelam nem inspiram os que são o "sal da terra", o que impedirá os homens de mentir e de fintar a lei sempre que podem?


O medo das sanções depende, por outro lado, dum panóptico (Bentham) que elimine as zonas de sombra e os ângulos cegos. Podemos, graças à tecnologia, imaginar um poder que tudo vê e a quem só falta espiolhar a nossa consciência (mas o behaviourismo pode ajudar), para que a função penal da religião seja substituída com sucesso.

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