"Eles (da Würzburger Schule) tinham descoberto que nós não pensamos em imagens mas em termo de problemas e das tentativas para lhes encontrarmos uma solução.”
“Unended Quest” (Karl Popper)
Nesses últimos anos de universidade, Popper decidiu-se pela “prioridade da lógica sobre o estudo dos processos de pensamento subjectivo.” As imagens e as descrições fazem parte deste tipo de pensamento, mas na busca dum teoria do conhecimento, o filósofo encontrou na lógica a terra firme contra a psicologia.
Há, de facto, uma necessidade na lógica que parece corresponder à que vigora no mundo real. Os seus resultados mudam tanto com o nosso humor ou as nossas fantasias como uma pedra com que deparamos no caminho.
Isto podia ter um equivalente na conhecida distinção de Pascal entre o “espírito geométrico” e o “espírito de finesse”.
Não é certamente por acaso que é eficaz o nosso pensamento “geométrico”. Ele é uma ideia consistente, um esforço perseverante que impomos a um mundo indiferente, como o leme se impõe às águas. Mas como compreenderíamos, num instante, uma situação complexa, sem necessidade de percorrermos todas as suas articulações, se não através do "espírito de finesse”, em que as imagens, justamente, têm um papel tão notório?
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