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"Tentamos trabalhar menos na perspectiva de adquirir conhecimentos e competências, do que na de aprofundar a nossa vida e a nossa vivência do mistério cristão. A leitura da Bíblia e dos Pais da Igreja tem um lugar preponderante, mas a nossa biblioteca (cerca de 45000 volumes) oferece também uma larga escolha de obras contemporâneas."
"Silence et Solitude – Une vie de Chartreux" (par un Chartreux)
Este testemunho que aparece na revista do Jesuítas "Études" (7/8-2007) é assinado, simplesmente, por "un Chartreux".
Ao contrário de Jesus que não tinha biblioteca, como diz Pessoa, estes religiosos já não podem permitir-se desconhecer o que se escreveu e o que se escreve. Não pelo valor que isso pudesse acrescentar à pessoa de cada um (ou à comunidade como um todo), porque a pessoa não é o que lhes importa. Se há sagrado, na linha do que pensava Simone Weil, ele é impessoal. Dir-se-ia então que a biblioteca destes monges é uma espécie de certificado de não-ingenuidade, em todo o caso, uma vénia a todos os saberes fora do cânone cristão.
Mas tudo isto é sobrelevado por aquilo que o anónimo cartuxo chama dum viver mais profundo do mistério cristão. Todas as actividades regulares, que incluem a formação monástica, o trabalho administrativo ou a fabricação do imprescindível licor são tempo subtraído à oração. "É na liturgia – 'a parte mais nobre', como dizem as nossas Constituitions – que somos verdadeiramente uma comunidade e que a nossa comunhão se estende até aos confins da terra."
Como é de mais para qualquer homem entranhar-se quotidianamente no mistério cristão ou, já agora, no mistério da vida ela mesma, e do que ele próprio é, é de supor que a comunidade, como geradora de sentido e de identidade seja o resultado , "demasiado humano".
1 comentários:
Agradeço pela postagem. E estou no aguardo de outras matérias que possuam facilitar a árdua caminhada em ser um emitador de Jesus.
Deus o abençoe.
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