sexta-feira, 18 de junho de 2010

OS FILÓSOFOS




"Para muitos, sem dúvida, este processo é simplesmente a descoberta gradual de que o mundo real é diferente daquilo que esperávamos, e a velha oposição a Galileu ou aos ladrões de cadáveres (body-snatchers) é simples obscurantismo. Mas essa não é a história toda. Não é o maior dos cientistas que se sente seguro sobre se o objecto, despido das suas propriedades qualitativas e reduzido a uma quantidade, é totalmente real. Pequenos cientistas tal como os seguidores não-científicos da ciência, podem pensar assim. As grandes mentes sabem muito bem que o objecto, assim tratado, é uma abstracção, que alguma coisa da sua realidade se perde."

"The Abolition of Man" (C.S. Lewis)


Desde sempre que a loucura nos confrontou com o que julgamos ser a realidade. Os loucos não saberiam viver sozinhos numa sociedade organizada. Mas a organização tem um custo que é a perda do real. Por isso a razão tem a sua loucura que é conforme à eficácia da abstracção que lhe é própria.

É como se, na verdade, nos separássemos do ser para atingirmos uma certa especialização. Podemos imaginar o "homo sapiens sapiens" como uma etapa da colónia humana, cada vez menos terrestre.

Só os sonhos orientais de imersão na totalidade contrariam a espécie em formação. E os filósofos.

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