O último filme de Woody Allen podia ser a ilustração da teoria de Charles Fourier em "O novo mundo amoroso", e a comunidade judaica de Nova Iorque um falanstério da utopia, se não fosse quase uma imagem do contrário disso: a dos turbilhões do acaso.
É difícil imaginar maior recombinação e desordem do que as que a vida de Boris (Larry David) e a dos seus amigos nos oferece. Metáfora da vida moderna, em que a precariedade não se confina ao mundo da economia e do trabalho, mas atinge as estruturas mais básicas do viver em sociedade, ou imagem da incerteza e dos paradoxos que vigoram na microfísica? Boris é um físico quântico reformado...
A consciência do efémero virada contra tudo o que até aqui foram tentativas de salvar uma qualquer permanência neste mundo ou no outro.
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