Arthur Stanley Eddington (1882/1944)
"O Físico: – Estranha matéria aquela que você estuda! Confessou ao princípio que não lhe dizia respeito saber se as suas proposições eram ou não verdadeiras, e agora acaba de dizer que não se preocupa sequer em saber de que é que está a falar.
O Matemático: – Aí está uma excelente definição das matemáticas puras que, de resto, já foi dada por um matemático eminente."
"Espace, Temps, Gravitation" (A.S. Eddington)
Se definirmos todo o objecto da matemática como um problema, por que é que esse problema tem de ser real e encontrar eco no modo como nos relacionamos com a natureza?
É legitimo pensar que, para além dos falsos problemas, há problemas "inúteis", quimeras do puro raciocínio, sem qualquer aplicação prática, a não ser a da ginástica mental.
Por outro lado, aquilo a que chamamos de natureza pode ser indiferente ( em relação a nós ), mas não é de certeza incoerente, visto que nós podemos pensar. Os nossos esquemas são úteis dentro dum certo âmbito e não noutros, e só são coerentes em si mesmos, por abstracção de tudo o resto.
Em última análise, o sucesso da matemática só se pode explicar pela evolução da espécie no seu contexto terráqueo. Por isso, tinha razão Platão ao dizer que, de facto, não aprendemos, mas nos lembramos das ideias, como se tivéssemos vivido outra vida.
Na matemática encontramos a história viva da nossa aprendizagem de estruturas como o tempo e o espaço.
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