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"Todo o artista italiano alia à maturidade o esforço de justificar a obra pela tradição; e além disso, por instinto atávico, quase sem advertir vai calando os remorsos que lhe deixam as suas inovações reafirmando-a onde pode na vida privada. Um italiano garante-se sempre, vive entre pesos e contrapesos, é revolucionário e conservador ao mesmo tempo, e esta é a sua lei."
"Viaggio in Italia" (Guido Piovene)
Ao ler estas linhas, não posso deixar de recordar o que diz Hannah Arendt sobre a tríade romana da religião, autoridade e tradição, tríade que não funciona desfalcada duma das suas partes.
O italiano de que fala Piovene, mesmo quando se julga próximo, pelas ideias, dum artista moderno, cedo verifica que isso não corresponde à verdade. Isso tem a ver com o culto do passado que foi o legado do Império que a Igreja Católica com tanto sucesso assimilou.
"Foi só quando isso se produziu, somos tentados a dizer, que a fé cristã se tornou uma "religião", não apenas no sentido pós-cristão, mas no sentido antigo também." (Hannah Arendt)
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