Campo Maior (José Ames)
O Alentejo tornou-se uma alegoria do país inviável, economicamente deprimido, abandonado pela juventude, sem futuro.
Mas essa perda de velocidade que nos permite vê-lo como que parado é o que o torna tão fascinante.
Há muitas e boas razões para o arrancar ao seu passo de ruminante e à sua cisma para o tornar igual ao resto do país, com engarrafamentos de trânsito e centros comerciais por todo o lado.
A má-consciência obriga-nos a esse acto de c(o)lonização bem intencionado.
E, no entanto, aquilo a que chamamos "atraso" e desequilíbrio regional talvez seja uma grande oportunidade para um país com outra personalidade.
Neste momento, o Alentejo é já o nosso vazio. Aquele lugar onde não funcionam algumas das tirânicas leis que nos governam.
Eu, por mim, prefiro que se conservem ruínas com alma ( o que também alimenta a economia) a que se replique por toda a parte uma espécie de "admirável mundo novo".
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