"Mountolive" (Lawrence Durrell)
No terceiro livro de "O Quarteto de Alexandria", depois de seguirmos fascinados o tropismo desta flora nocturna, cercada pelo deserto, de sentirmos as exalações do "Oriente fanático" inebriando estes europeus perdidos para qualquer regresso à sua cultura, surge esta cena de amor terminal, como nunca vi outra igual.
Pursewarden e Melissa, desencontrando-se, por falta de acesso à memória do corpo, falhando os filtros e os gestos, ele fechado para sempre no seu segredo, ela resistindo à pressão da sua luxúria.
Até que a morte (ela lê-lhe o futuro nas linhas da mão) abre o caminho à palavra.
Estamos longe de qualquer banalidade psicanalítica, mas é o reconhecimento do impasse, o abandono das defesas "constitucionais" da sua personalidade que libertam a corrente e a desafiam a "perder-se".
Segue-se, naturalmente o suicídio do diplomata escritor.
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