Dante Alighieri (1265/1321)
Estou a chegar ao fim da monumental tradução de "A Divina Comédia" por Vasco Graça Moura.
A proeza inibe-me sequer o esboço dum juízo lapidar.
Mas quando se lê a obra, sem a música da língua original, o anacronismo e a complicação são a verdadeira "selva escura".
O leitor deste Dante não pode ser o leitor de Homero ou de Proust. Deve perder a esperança numa velocidade normal de leitura, porque cada verso é um escolho que só se dobra depois duma senha e de constantes remissões.
A obra tem o seu universo, como outras, mas mais do que nenhuma requer uma iniciação que não é simplesmente literária.
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