quarta-feira, 14 de junho de 2006

A GUERRA DOS SEXOS


Augusto Strindberg (1849/1912)

Em Strindberg, a misoginia é auto-biográfica.

Na peça "O Pai", por exemplo, as réplicas de Laura facilmente resvalam para uma irracionalidade táctica, com o fim de destroçar o "adversário". E é ela que lança a suspeita da falsa paternidade.

O dramaturgo cita até Homero para aureolar o seu masoquismo com uma incerteza inerente à condição masculina:

Telémaco dirige-se a Atena. "A minha mãe diz que eu sou seguramente seu - de Ulisses, quero dizer - "Mas eu não sei. Ninguém sabe de facto quem é o seu pai."

Nessa dúvida, gerada por uma datada guerra dos sexos, assoma, todavia, a realidade da fé no mais forte dos laços sociais.

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