domingo, 11 de julho de 2010

PSEUDO-EVENTOS


Franklin Delano Roosevelt (1882/1945)


"Os pseudo-eventos, de facto, aumentam a nossa ilusão de apreender o mundo, aquilo a que alguns chamaram a ilusão americana de omnipotência. Talvez, acabemos por pensar que os problemas do mundo podem realmente ser resolvidos por 'declarações', 'reuniões cimeiras', por uma competição de 'prestígio', por imagens obnubilantes, e por concursos (quizz shows) políticos."

"The Image" (Daniel Boorstin)


Um exemplo de pseudo-evento, apresentado por Boorstin, é o de Franklin Roosevelt que, através dos correspondentes amigos em Washington, conseguia usar os títulos da imprensa que toda a gente lia para criar "factos" (enquanto os editorialistas apenas expressavam opiniões para uns poucos).

Como o ensaísta observa, os pseudo-eventos não são verdadeiros nem falsos (são factos "artificiais" que se sobrepõem ao que supostamente são os factos originais que lhes servem de referência), mas são muito mais interessantes, porque são ensaiados e dramatizados, produzidos segundo as fórmulas retóricas e teatrais que melhor fazem passar a "mensagem".

Assim, o chamado mundo virtual é uma experiência muito anterior à generalização do uso da televisão e dos computadores.

O poder sempre contrapôs aos factos que o podem pôr em causa outros factos que, apesar de "sintéticos", alteram a realidade.

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