sexta-feira, 30 de julho de 2010

A FORÇA DO MEIO


As imagens e os seus factos



A mediatização dos incêndios florestais terá a vantagem de sensibilizar os descuidados que deixam uma garrafa no mato ou que insistem em fumar nesse paiol de pólvora.

Mas, em contrapartida, faz de milhares de pessoas normais espectadores impotentes, com as consequências para a saúde duma frustração que se repete diariamente, transformando os dias de verão num inferno também para a retaguarda dos bombeiros.

Além disso, dá a alguns pirómanos (os que não são pagos para atearem os fogos) a projecção nacional dum cataclismo que veio pelas suas mãos.

Sem a televisão, temos um fogo com todas as suas consequências deploráveis. Com o tempo de antena, conferimos qualquer coisa de satânico ao incendiário e ao inferno por si criado.

Quando os incêndios começam ainda de noite, não se pode culpar o sol.

É tempo de percebermos que as imagens no espaço público criam factos e devem ser por isso consideradas “forças produtivas”, para o bem e para o mal.

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