Santo Agostinho (354/430)
"Agostinho estabeleceu, frente ao cepticismo antigo, a absoluta realidade da experiência interior (na sua prefiguração do cartesiano cogito, ergo, sum). Mas imediatamente tem lugar a volta para a metafísica: as veritates aeternae são as ideias na consciência absoluta de Deus."
"Estudos sobre mística medieval) (Martin Heidegger)
Como poderia a experiência interior ter acesso à realidade e ser, ela própria, irreal? Talvez tenhamos de pensar num instrumento de acesso que a certa altura se acende (desnecessariamente?).
Mas tudo o que é imaginação ou pura manifestação do corpo convive, em nós, com o sentido da realidade exterior. O dualismo cartesiano foi a mais radical separação de águas desde a divisão platónica entre o corpo e a alma.
De qualquer modo, não parece ter sido necessária à filosofia antiga a ideia do diálogo interior com Deus, tirando o esboço do daimon socrático que iniciou na realidade interior um processo com algumas semelhanças com o que no teatro grego levou à substituição do coro soberano pelos actores individuais.
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