sábado, 13 de novembro de 2010

A REDE SOCIAL

"The Social Network" (2010-David Fincher)
 
 
 
A história do criador do Facebook, Mark Zuckerberg,  é contada duma forma endiabrada. Os diálogos quase se atropelam na demonstração da inteligência. Sem dúvida, este é um filme que vai precisar de revisão, para nos subtrairmos ao fascínio da sua velocidade.

Podemos dizer que há uma moralidade no ascenso meteórico deste adolescente à fama e ao bilião de dólares. Não é o mesmo percurso de tantos jovens “entrepreneurs”, como o homem do Napster, Sean Parker, (que, de resto, é uma das personagens da história), que não estão dispostos a receber lições de como ganhar dinheiro dos mais velhos, homens de outra escola ainda enleada numa ética dum tempo mais lento  e de negócios de outra escala?

Mas ao contrário de Parker, Zuckerberg, não dá valor ao dinheiro, nem procura usufruir das vantagens mais óbvias da sua posição. É a proeza de “crashar” o sistema informático de Harvard ou de minar o exclusivismo do clube universitário e, sobretudo, de expandir a ideia do contacto virtual a todo o planeta. O pequeno génio, incapaz de fazer amigos, por “se esforçar tanto por ser parvo” (nas palavras duma das personagens), de facto, clonou essa impotência num modelo universal de afinidades electrónicas.

Não é de admirar o sucesso da sua empresa, nem do espectáculo de 500 milhões de aderentes zumbindo através do espaço internético, ser o mais próximo da vida e do corpo que Mark consegue alcançar.

Rousseau, pai empedernido, mas de boa consciência, que abandonou à roda os filhos naturais que teve de Thérèse Levasseur, escreveu o manual de educação provavelmente mais lido da história: o Emílio.

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