domingo, 31 de janeiro de 2010

O PODER DOS INSTRUMENTOS



A luneta de Galileu


"Gostaria de pensar que com uma luneta maior eu seria mais sábio; todavia não é tão simples; à medida que um instrumento é mais poderoso, é preciso pensar mais para tirar alguma coisa dele. O microscópio confunde o ignorante, em nada o instrui."

"Vigiles de l'esprit" (Alain)


Diante de qualquer computador pessoal, somos menos instruídos do que confundidos. Para fazer com ele aquilo de que precisamos, não temos de pensar mais à medida em que eles se tornam mais potentes. É o contrário que acontece, com os ambientes amigáveis e os ícones que podemos tocar ou abrir com um clique, em vez de escrever a instrução como se fazia nos primeiros sistemas operativos.

É verdade que um grupo de pessoas tem de pensar esses maravilhosos instrumentos, pelo menos enquanto não inventarmos as máquinas que se desenvolvam a elas mesmas. Mas a imensa maioria serve-se dos computadores como se fossem obra de um Demiurgo.

Contudo, diferentemente dos que nos antecederam, não precisamos dum Darwin para nos explicar como evoluíram as espécies.

Sabemos muito bem que antes do computador apareceu a máquina de calcular e que os gigantes da informática podem nascer numa garagem.

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