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"Uma mulher de quem precisamos e que nos faz sofrer desperta em nós toda uma gama de sentimentos muito mais profundos e mais vitais que um homem genial que nos interessa."
"Como Proust Pode Mudar a Sua Vida" (Alain de Botton)
A lição proustiana é a de que só sabemos do que falamos se o corpo estiver implicado a um nível mais ou menos profundo. O autor diz que daí vem, talvez, a desconfiança de Proust em relação aos médicos: o seu conhecimento não deriva, em primeira instância, "de nenhuma dor no seu próprio corpo".
Uma ideia não se torna nossa através dum simples encontro ou de a termos puramente contemplado ( o que está nos antípodas do platonismo ). Se não passa pelos "trabalhos de parto", podemos esquecê-la a favor de qualquer outra.
Mas o que Albertine "ensina" ao narrador não decorre de nenhuma competência especial. O conhecimento de que ela é causa quase nada tem a ver com a pessoa de Albertine, mas antes com o fracasso e a ideia do amor.
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