"Além disso, o inimigo agora possui uma nova e terrível arma com o poder de destruir muitas vidas inocentes e de provocar danos incalculáveis. Se continuássemos a combater, não só isso resultaria no ulterior colapso e obliteração da nação japonesa, mas levaria à extinção total da civilização humana.
Sendo este o caso, como salvaremos Nós milhões dos Nossos súbditos e expiaremos perante os sagrados espíritos dos Nossos Antepassados Imperiais? Esta é a razão por que ordenámos fossem aceites as disposições da Declaração Conjunta das Potências."
Declaração de Hirohito, imperador do Japão (em 14/8/1945)
De facto, os EUA estavam a preparar mais bombas além das que destruíram Hiroshima e Nagasaki, caso o Japão não capitulasse.
Depois da primeira e atroz decisão, motivada, segundo os apoiantes de Truman, pela preocupação de salvar milhões de americanos e de nipónicos na prevista invasão do arquipélago, era de esperar que o limite moral já não se impusesse com a mesma força.
Hirohito, como se vê, não pensava, como Hitler, que a nação devia afundar-se com ele. E a ideia duma responsabilidade para com os Antepassados coloca-o num nível incomparável com o do pequeno führer. Por outro lado, o seu prognóstico duma extinção da humanidade deve entender-se como retórica adequada ao momento de humilhação suprema.
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