sábado, 18 de abril de 2009

POWERPOINTERS


Maggie Jackson


"Mas opositores encabeçados pelo teórico da informação Edward Tufte, são corrosivos na sua crítica. Dizem que o software modela os pensamentos e os dados em formatos sedutoramente profissionais embora estreitos e simplistas, promovendo apresentações desinformativas e muitas vezes enganosas que desencorajam a criatividade ou a argumentação. Em parte como resultado do trabalho de Tufte, a NASA culpou a sua confiança no Power-Point por uma rotina de ofuscação e comunicação errada que ajudou a condenar a nave Challenger. 'Quando a apresentação se torna a poderosa ideia de si própria, diminui a nossa apreciação da complexidade', conclui a professora do MIT, Sherry Turkle , depois de estudar o uso do Power-Point nas aulas."

"Distracted" (Maggie Jackson)


Estamos ainda, entre nós, na fase da ofuscação e dos padrões deceptivos.

Nos departamentos de formação das empresas, o Power-Point é rei e os governantes que se consideram modernos confiam na desarmante simplicidade das apresentações.

Isso acontece tanto mais naturalmente quanto nas escolas e nas universidades a tecnologia foi adoptada sem as precauções devidas, tornando-se ela, como dizia Mc Luhan, a própria mensagem. O que se aprende num jogo de computador é a jogar.

"Há muito foi provado que muitos jogos de computador ensinam a espécie de perícia icónica e espacial útil para jogar mais jogos de computador, e pouco mais." (ibidem)

À medida que a linguagem se afasta da palavra e do texto escrito, tornamo-nos mais superficiais porque é a esse nível que a nossa atenção é solicitada pela todo-poderosa tecnologia.

E o que é mais grave, podemos estar, como diz a autora, a perder as aptidões necessárias para sobreviver num mundo cada vez mais complexo.

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