curto-circuito
Telefonaram-me, à noite, um dia destes para me fazerem um questionário. Normalmente peço escusa, mas qualquer coisa no tom de voz do meu interlocutor espoletou em mim a reacção esperada. Havia uma segurança e uma casualidade nesse tom que me fez aguentar o inquérito até ao fim, apesar da monotonia das perguntas.
A minha relutância, decerto transpareceu, mas suponho que isso não influencia os resultados. O programa que interpretará os dados pode prever uma percentagem para as respostas atípicas, relutantes ou mesmo para a mentira deliberada, tal como o negócio dos supermercados conta com o pequeno furto que escapa à câmara de vigilância, por estar num ângulo morto, por exemplo.
Qualquer que seja, de resto, o valor da estatística, ela permitirá sempre uma decisão táctica fundamentada (nem que seja numa ficção). E o que seria o marketing sem as sondagens?
E o que é interessante é que pela interacção entre o mercado e o estudo de opinião, uma ficção acabará quase sempre por impor-se. Dir-me-ão que a sanção dum cálculo mal feito é sempre um fracasso. E eu digo que também o “dumping” é no imediato um fracasso, mas uma vitória na estratégia.
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