"A nova corrente da filosofia lógica, resultante do pragmatismo, apresenta uma assustadora afinidade com a transformação totalitária dos elementos pragmáticos característicos de todas as ideologias, configurando uma lógica que rompe todos os laços tanto com a realidade como com a experiência. Evidentemente, o totalitarismo procede mais cruamente e, por isso, também, para o nosso mal, com mais eficácia."
"Compreensão e Política" (Hannah Arendt)
Como diz Hanna Arendt, a coerência não pode ser o critério da verdade, porque esta "deve sempre revelar qualquer coisa, ao passo que a coerência é apenas um modo de conjugar enunciados, não possuindo enquanto tal o poder de revelar."
Deveria, contudo, distinguir-se o pragmatismo enquanto teoria e prática política que se aproxima, de facto, de um ideário que "apenas reconhece a lei de um movimento da História ou da Natureza", embora sem uma concepção prévia de uma tal lei, numa espécie de misticismo da acção pela acção, de outro, que seria uma prática inspirada pela tradição, pelos valores distintivos de uma cultura que, na aparente falta de uma ideologia teríamos, talvez erradamente, de denominar também de pragmatismo.
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