Emmanuel Mounier (1905/1950)
"A perfeição do universo pessoal incarnado, então, não é a perfeição de uma ordem, como o querem as filosofias (e todas as políticas) que pensam que o homem poderá um dia totalizar o mundo. Ela é perfeição duma liberdade combatente, e combatendo cerrado. Assim subsiste ela nos próprios fracassos."
"Le Personnalisme" (Emmanuel Mounier)
Curiosamente, num mundo em que a esfera individual e o narcisismo parecem ser o fruto prometido do consumo à medida, a doutrina de Mounier não tem lugar.
Porque há nesta filosofia todo um agonismo ( a pessoa já não sofreria "a natureza da qual emerge", nem saltaria "sob as suas provocações") e um ambiente de tragédia propício a relevar a grandeza do combatente.
Mas, como diz Lipovetsky, "Todos os "cumes" se abatem pouco a pouco, arrastados pela vasta operação de neutralização e banalização sociais. Só a esfera privada parece sair vitoriosa desta apatia; zelar pela própria saúde, preservar a sua situação material, perder os "complexos", esperar que cheguem as férias: viver sem ideal e sem fim transcendente tornou-se possível." (A Era do Vazio)
Está, pois, nos antípodas um Personalismo que nos olha por debaixo das sobrancelhas de Nietzsche.
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