Mapa da Alemanha
"Ao "tipo do Alemão" faltam, segundo a opinião geral, muitas qualidades individualistas, nomeadamente: tolerância e respeito em relação a outros indivíduos, uma certa independência de espírito e de rectidão de carácter, a disposição para defender as suas convicções contra um superior, uma coisa que os Alemães, conscientes dos seus defeitos, designam pelo nome de Zivilcourage;"
"The Road to Serfdom" (Friedrich Hayek)
A contrapor às notórias qualidades dos Alemães (são, em geral: "laboriosos e disciplinados, enérgicos e tenazes, conscienciosos e sinceros em tudo o que empreendem."), aqueles grandes defeitos parecem ter tido uma boa parte no comportamento da nação alemã durante o regime hitleriano.
E um homem como Eichmann, a propósito de quem Hannah Arendt inventou a conhecida expressão de "banalidade do mal", podia, sinceramente, considerar que não tinha feito mais do que o seu dever, como funcionário do Estado.
Hayek atribui esse perfil a uma tradição prussiana de falta de liberdade.
É sempre o passado que explica o presente. E, nós próprios, no nosso país, estamos a escrever a democracia no palimpsesto do salazarismo.
Por isso é tão importante a obra do tempo para afeiçoar as mentalidades às novas condições.
Suponho, portanto, que os "tipos" não são nada de definitivo e que só precisam de um "desmame" do passado, de uma distanciação e reelaboração da memória através dos mitos e dos monumentos.
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