quinta-feira, 11 de julho de 2013

PARUSIA

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Sobre a vida da criança, Alain dizia que pedir é o meio e que saber pedir é o primeiro saber.

Assim, nenhum de nós começa pela física, nem pela série comtiana, mas pela magia das palavras e pela mímica. Só o homem racional de alguns filósofos e os Econs de alguns economistas não começaram por esta absoluta dependência da família e do mundo humano.

É preciso reconhecer que este começo condiciona fortemente as tentativas futuras, noutra idade, para ir ao encontro da chamada natureza. A Mãe-Natureza e a Mãe dos Céus são um vestígio disso.

Conforme as profissões e o papel social, cada um é mais ou menos influenciado pelo poder da palavra. O mesmo filósofo definia o burguês por aquele que vive de persuasão (que 'sabe pedir'), enquanto o 'operário' é materialista e sabe que o ferro não verga se não puser mãos à obra.

É muito interessante verificar no 'irrealismo' da nossa esquerda a marca tão vincada da magia das palavras que todos já experimentámos na infância. Não é, porém, como já se viu na história dos povos, um verdadeiro anacronismo. A magia das palavras influencia-nos a todos, como não podia deixar de ser. Todos lhe cedemos constantemente. São as tradições e as ideias que nos seguram.

Mas já houve um tempo em que o 'Reino do Céu' (ou o regresso ao Paraíso) estava ao virar da esquina e era esperado para esses dias. Só depois a Igreja moderou essa expectativa, com um adiamento 'sine dia'.

A parusia de partido continua viva e, na verdade, poupa-nos maiores desordens.

 

 

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