quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

O DESERTO EM XANADU


O globo de neve de Charles Foster Kane

"Mesmo quando já não nos importamos com as coisas, não é absolutamente indiferente termo-nos importado, porque era sempre por razões que escapam aos outros. A recordação desses sentimentos, sentimos que está em nós; é em nós que é preciso entrar para os ver."

"Sodome et Gomorrhe" (Marcel Proust)


O discurso "idealista" de Swann refere-se às mulheres da sua vida.

Ele está a morrer e, nessa recepção do príncipe de Guermantes, encontra-se cercado de anti-dreifusistas, pelo que se sente duplamente marcado, pela doença e pela raça.

Mas é numa outra e mais secreta diferença que se apoia a sua força de alma. No sentimento de nunca ter estado todo na personagem social. De ter em relação aos outros o exclusivo dum acesso à realidade.

Cada homem possui essa chave, que não serve a mais ninguém e, em muitos casos, nem a ele próprio.

Xanadu é um palácio deserto

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