quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

LIBERDADE E COMPLEXIDADE




"O argumento para a liberdade de alguns aplica-se por isso à liberdade de todos. Mas é ainda melhor para todos que alguns sejam livres do que ninguém e também que muitos gozem de plena liberdade do que todos uma liberdade restringida. O ponto significativo é que a importância da liberdade para fazer algo em particular não tem nada a ver com o número de pessoas que querem fazê-lo."

"The Constitution of Liberty" (Friedrich Hayek)


Será este o núcleo mais importante da ideia liberal ou o que temos aqui é a expressão de como a natureza e a sociedade lidam com a complexidade?

Os adeptos do progresso social e os crentes na evolução natural não podem impugnar a ideia de que a adaptação inconsciente e a capacidade de experimentação jogam um papel determinante no darwinismo. E, quanto ao progresso, no mesmo abundariam não fosse a ilusão (à Bouvard e Pécuchet) de que temos o conhecimento subjectivo necessário para mudar conscientemente a sociedade.

A liberdade de uns ou de todos ( e é claro que "os benefícios da liberdade se tornam maiores quanto mais cresce o número daqueles que podem exercê-la") é a condição que nos permite, enquanto sociedade, suprir a falta de conhecimento, quando nos confrontamos com probabilidades arriscadas em vez de certezas.

Por outro lado, é certo que as condições de liberdade de que algumas individualidades gozaram para poderem perseguir uma ideia ou uma paixão reverteu na maior parte dos casos para o bem de todos e contribuiu para o crescimento da liberdade.

É de supor que o milagre da Grécia antiga não teria sido possível com a "semi-liberdade" de todos apenas, em vez de alguns terem sido completamente livres.

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