domingo, 1 de julho de 2012

A PATÉTICA

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"Parece que os homens que têm para dar a certas questões uma resposta nova e revolucionária assinam com tudo o resto um compromisso que deixa sobreviver nos restantes lugares uma pomposa moral de 'trazer por casa';"


"O Homem Sem Qualidades" (Robert Musil)



Isso não surpreende, porque corresponde à economia das forças. Quando acontece a experiência duma nova moral, fora da questão principal que motivou a resposta revolucionária, é por não se disporem de forças para controlar essa experiência.

Durante a revolução bolchevique, as ideias de Alexandra Kollontai sobre o amor livre não tinham qualquer futuro, perante a perspectiva duma maior centralização do poder e dum mais estrito conservadorismo sexual.

E para o próprio líder não era claro que as suas energias não podiam dispersar-se, fosse a própria música que estivesse em causa? Aludo, naturalmente, à confissão de Oulianov de que certa música romântica (Beethoven, no caso) o enfraquecia?

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