quinta-feira, 26 de julho de 2012

O PESCADOR NA REDE

Gottlob Frege (1848/1925)


"Vê-se uma coisa, tem-se uma representação, apreende-se ou pensa-se um pensamento. Quando se apreende ou se pensa um pensamento, não se cria. Entra-se em relação com este pensamento, que já existia antes, e esta relação difere da maneira como se vê uma coisa ou se tem uma representação."

(Gottlob Frege)



O pensamento não é uma coisa. Um pensamento particular tem "por detrás" todo o pensamento e não é um verdadeiro objecto para quem pensa.

Há um modo de explicar Deus através desta relação de todo o pensamento com o pensamento. Porque também aqui funciona uma transcendência: a do que 'pensa' quando pensamos.

Porque é bom de ver que o pensamento não é a 'cloud' da Apple, uma espécie de arquivo suspenso donde nos viriam a informação e as ideias.

Heidegger criou o termo 'unbezüglichkeit' para designar a forma da existência 'autêntica', a qual seria não-relacional. O ser sem partes da linguagem é um pouco isso.

A rede das palavras não se distingue do 'pescador'.

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