Iniciação no Lesotho
http://www.trc.org.ls/picture_galleries_pages/picturegallerypeople.htm
O ritual da iniciação diz muito sobre a sociedade que integra.
A solenidade maçónica, descrita, por exemplo, em "Guerra Paz", está de acordo com os ideais humanitários, mas Pierre sente-se desmoralizado por encontrar ali apenas a "boa sociedade" dos salões.
Em tempos mais primitivos o ritual era constituído por uma série de provas de que o corpo, geralmente, conservava as marcas.
As praxes estudantis têm algo desses rituais, mas perdeu-se a inocência e a ingenuidade antigas. É tudo feito perfunctoriamente, como um jogo que não se leva demasiado a sério, mas que parece, de qualquer modo, obrigatório.
Como acontece sempre nos casos em que a tradição perdeu a forma, e o espírito, como aquele banqueiro judeu em "Le Côté de Guermantes" que respondia "à la cantonnade" ao marquês de Foix, não só se perdeu, como não se encontra.
O imperativo de repetir sob novas formas deixa um grande lugar à imaginação, e porque tudo isso se pratica em público, o ritual parece destinado a "épater le bourgeois", senão fosse, quase sempre, apenas o sinal da perda do sentido do ridículo.
Por isso, quando vejo esses jovens a andar de gatas pela via pública, sob a batuta de algumas implacáveis capas negras, não sei o que mais admirar, se o zelo na comédia do poder por parte de uns ou a merina paciência dos outros.
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