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Pude, enfim, visitar a exposição sobre "O Corpo Humano", na rua da Escola Politécnica.
Estava à espera de qualquer coisa de animado e envolvente, com recurso à mais avançada tecnologia da imagem, e deparei-me com uma espécie de múmia do século XXI.
Esta técnica de polimerização permite eternizar as relíquias cadaverosas, sem ter de sacrificar as vísceras que os Egípcios destinavam aos vasos canópios.
Tudo, mesmo a mais nebulosa ramificação do sistema capilar pode ser recuperado e exposto diante dos nossos olhos incrédulos.
O atleta esfolado, com os músculos espetados como pequenas asas para melhor exploração visual, suspende-se na corrida impossível. Não longe, a própria pele inconsútil, artificialmente rosada, faz-nos pensar na muda de um réptil.
O cadáver explode pelas vitrinas, nos seus ossos, órgãos e tecidos.
Estes S. Bartolomeus de feira científica, sem pele e de olhos vítreos, não têm nada a ver com a vida nem com a morte.
Os próprios cadáveres que estiveram na origem da apresentação foram transformados em plástico. E melhor do que a múmia de Lenine podem responder às perguntas mais fáceis e sofrerem uma perpétua redissecação mental.
São já só uma distante conotação do corpo.
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