O Wilde (1997-Brian Gilbert) interpretado por Stephen Fry é magnífico.
A tomada de consciência da sua identidade sexual, a certa altura da sua vida, permite-lhe invocar a inocência nas relações com a mulher e os filhos, ao mesmo tempo que, sob a fatal influência de Lord Douglas, desce de degrau em degrau até ao poço de onde soltará o seu "De Profundis".
As contradições em que se enredou no tribunal têm o cunho da verdade psicológica. Para justificar o "amor grego" perante uma assembleia puritana e bem-pensante era preciso mais do que o seu génio mundano e as brilhantes réplicas do seu teatro.
Mas é o próprio Wilde que, na metáfora do "Dorian Gray", reconhece a realidade do vício e os perigos de se afastar das convenções.
Alain dizia que não se deve apressar o passo da vaca, porque ela nos mostra logo os cornos. Foi o que fez a sociedade puritana nesse processo infame.
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