O Palácio da Cultura e Ciência
"A rainha Juliana da Holanda é famosa por ter descrito o Palácio da Cultura e Ciência (Palac Kultury i Nauki) como "modesto, porém refinado". Este edifício enorme - uma oferta das nações da URSS - foi construído em 1952-1955 segundo o desenho de um arquitecto russo, Lev Rudniev. Este monumento ao "espírito de invenção e progresso social" já foi o segundo mais alto da Europa. Parece-se com os arranha-céus socialistas realistas de Moscovo e, embora só tenha 30 andares, com o seu pináculo, mede 230 mts e 68 cms de altura. O seu volume é superior a 800.000 mts cúbicos e contém 40 milhões de tijolos."
(Do Guia American Express)
O edifício mais mal amado dos polacos, por ter sido mais ou menos imposto por Staline e se erguer nos céus de Varsóvia como um símbolo da servidão, não deixa de ser o ex-libris da cidade.
A sua massiva arquitectura corresponde ao estilo característico dos regimes fortes da época, e é em si mesma uma promessa de durar.
O que já foi uma orgulhosa torre e que está hoje no centro de uma polémica (contra e a favor da sua demolição), é uma verdadeira máquina do tempo. O elevador que nos leva ao 30º andar é, aparentemente, o único órgão vivo da estrutura.
É impressionante deixar as ruas de uma cidade moderna para entrar no seu halo petrificado, com alguns funcionários saídos de um qualquer salão da Madame Tussaud, nas suas tarefas de controle e de vigilância.
A experiência não é deprimente porque nos encontramos num museu e se supõe que essa atmosfera peculiar e esses andares fechados são a fiel reprodução da história "natural".
Que os varsovianos tenham amaldiçoado este edifício "refinado", que se ergue na sua clareira deserta no meio da cidade, compreende-se.
Mas não podemos deixar de sentir um certo incómodo perante um destino anunciado. O camartelo é aqui o instrumento de uma guerra de religião.
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