quinta-feira, 27 de setembro de 2007

A DESCONSTRUÇÃO DA PERESTROIKA


Gorbachov na campanha da Louis Vuitton


"Certos filósofos soviéticos diziam-me em Moscovo, há alguns anos: a melhor tradução para perestroïka, é ainda 'desconstrução'".

"Spectres de Marx" (Jacques Derrida)


É vertiginoso pensar-se que a maciça realidade da superpotência podia ser vulnerável a um vírus filosófico, como o da desconstrução.

Mas é preciso nessa realidade distinguir o que constitui o sistema, feito de estruturas e de subestruturas e a respectiva semântica que o fazia existir para si próprio como um todo, e a sociedade "natural", a que os homens formam entre si, independentemente da sua vontade.

O resultado das duas linguagens (a do sistema e a do social), como naquelas empresas em que existe uma contabilidade "conveniente" e outra que reflecte a situação verdadeira para o patrão, foi uma análise da massividade da superpotência e uma separação entre a realidade e o artefacto que lhe correspondia.

A desconstrução é, de facto, uma análise que expõe os álibis da linguagem que invocam um mundo fora de si própria.

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