segunda-feira, 13 de março de 2006

O PORNÓGRAFO


http://sergecar.club.fr/Dessins


O Nouvel Observateur traz um artigo sobre a história do corpo.

Parafraseando Henri Michaux, podíamos dizer que, no nosso tempo, o sexo se tornou doutrinário. Tem vida própria, como imaginário e como indústria pesada, fora do corpo.

E a coisa mais estranha é como essa separação é, no entanto, pensada como a verdadeira experiência da natureza em nós.

É assim que falando tanto do corpo, como de algo visível, traduzido em imagens e informação, na verdade, o perdemos.

"(...) a unidade do mundo que a beleza criou,
fundada sobre o belo equilíbrio da ultra-lonjura,
que atravessa todos os pontos do espaço, saturando-os de lonjura
e - quase demoniacamente - não apenas resolve as piores contradições
para idênticos valores e idênticos sentidos,
mas - ainda mais demoniacamente - em cada ponto também
enche a lonjura do espaço com a lonjura do tempo (...)"

Hermann Broch ("A morte de Virgílio")

E onde acaba a beleza, começa a pornografia.

1 comentários:

Heitor Araujo disse...

Caro José Ames,

Parabéns pelo 1º aniversário do Persona. E obrigado pelos textos que nos proporciona...


Saudações,

HVA