quarta-feira, 29 de março de 2006

A GEOGRAFIA DO VERÃO



Esta manhã caía uma morrinha na marginal que, com o concurso do vento, não molhava só os tolos.

O meu guarda-chuva de bolso não servia de nada e nem sequer o abri.

Com este tempo, sem céu, sem horizonte, tornamo-nos facilmente neuróticos.

Já não medimos a terra com o olhar e a passada orgulhosa. É ela que nos mede, pois temos que segurar as distâncias, e em todas as direcções supor altura ou profundidade.

Mesmo o eclipse que não vemos depende de nós.

Ah! se encarássemos com a mesma fé a geografia do verão!

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