domingo, 5 de março de 2006

MOBILIDADES


http://nosuch.com/tjt/bm/bm2004

Um jovem, no café, percorre os itens do seu telemóvel, como outros fumam, olhando as espiras do fumo.

É também uma atitude.

Mas esta pequena maravilha electrónica, além disso, é como que a objectivação das relações duma pessoa, que se vigia como quem procura um conhecido na multidão, a todo o momento à escuta da voz que se faça ouvir na encruzilhada.

O apaixonado interroga o aparelho, tacteia-o à espera da sua vibração.

O espaço foi abolido, mas não é ainda a comunicação.

De qualquer modo, os sinais errados no final de "Romeu e Julieta" nunca chegariam a ser.

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