Há canais menores, por detrás dos palácios, onde o passado não é mais do que uma ruína sombria e por onde não se aventuram as gôndolas.
A Sereníssima aqui não esconde a sua idade, nem aquilo em que se tornou o esplendor de outrora.
Quem sobe do rio, no Porto, encontra uma rua que desperta igual melancolia. Poucos são os edifícios habitados ou que a lepra do abandono não comeu.
É a de Mouzinho da Silveira.
Passo no 500 (era o 1) e pasmo. Até quando, no coração da cidade, esta necrose que nos oprime e desalenta?
1 comentários:
Quando vim viver pª este país morei alguns anos nessa rua, ao tempo viva. Num prédio com frente pª um mercado da fruta sujo e desorganizado mas vivo e traseiras para a vertigem em direcção ao rio que é da rua de S João. Hoje moro longe e quando passo pelo Porto peço sempre tempo e oportunidade pª romagem. E sofro sempre com o destroço de lojas de pechisbeque e chinesices sob prédios de casas vazias que se tornou a minha antiga rua dos antiquários. Mas o fenómeno é extensivo a toda a baixa do Porto, actualmente uma quase perigosa desolação fruto de sucessivos erros urbanísticos que empurraram as pessoas para a periferia desumanizada. Há quem ache moderno e se calhar é.
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