No autocarro, ao longo do rio, o som da língua alemã. Já um destes dias a voz de Ângela Merkel me tinha feito pensar em como seria fácil render-me aos encantos deste áspero gorjeio, se não fosse o século XX.
Esqueço o tempo em que a bruteza dos germanos os designava de antemão para a guarda pretoriana do imperador. Ah! Mas quando eles eram românticos sonhadores, apaixonados pelo helenismo, como Winckelmann ou Goethe!
Será possível que as ressonâncias daquela língua alguma vez se libertem das inflexões paranóicas de que toda uma geração de mortos foi possuída? E, talvez tão difícil, do cinema da guerra?
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