sexta-feira, 24 de junho de 2016

CLARIVIDÊNCIA



Higher Clairvoyance
UK Arhatic Yoga Retreat 2016


"Já não amamos suficientemente a nossa clarividência quando a comunicamos."
(Nietzsche)

Todo o budismo está aqui. Ver 'claramente' sem que a vontade de informação (que é o tratamento da experiência para os outros) perturbe a nossa visão, não é egoísmo, é expansão do ser e mística comunhão.

É, enfim, uma ideia do Oriente contra a qual desenhámos a nossa silhueta. E aí está a 'Noite Antiquíssima' em que o poeta atira ao Oriente uma das folhas do malmequer esquecido, as outras, o resto de si: "(...)

Ao Oriente donde vem tudo, o dia e a fé,
Ao Oriente pomposo e fanático e quente,
Ao Oriente excessivo que eu nunca verei,
Ao Oriente budista, bramânico, sintoísta,
Ao Oriente de tudo o que nós não temos.
De tudo o que nós não somos (...)"

Como todo o programa de Nietzsche sobre o Super-Homem e a vontade do poder parece desmentido por nessa profissão de fé no êxtase da contemplação sem sujeito nem objecto!

E Pessoa ainda:"(...)

um vago soluço partindo melodiosamente
Do antiquíssimo de nós
Onde têm raiz todas essas árvores de maravilha
Cujos frutos são os sonhos que afagamos e amamos
Porque os sabemos fora de relação com o que há na vida."


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