terça-feira, 17 de dezembro de 2013

O PORTO LONGÍNQUO

Foz (José Ames)


"Quem vem e atravessa o rio" pela velha ponte de D. Luís, tem diante de si uma das mais belas cidades do mundo (digo-o sem bairrismo).

Mas quem palmilha as suas ruas encontra lixo, abandono e a demência dos graffiti à solta nas paredes.

O Porto é como uma bela para ver de longe, sem o confronto com os seus problemas de cancro da pele.

Por isso, haja alguém que cuide da cidade longínqua, porque a outra parece não ter remédio. Alguém sensível aos telhados arrombados e às lixeiras infames que se vêem do tabuleiro superior.

Sei bem que só estará atento a coisas como estas quem sinta que a cidade lhe pertence. Ora, ninguém tem esse direito. E os turistas, talvez se estejam nas tintas para os pormenores.

 

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