sexta-feira, 12 de outubro de 2012

CRIANÇAS FOMOS


(Tony Judt)



"Um compromisso com o universalismo abstracto dos 'direitos' - e posições éticas intransigentes tomadas em nome deste contra regimes maléficos - podem com demasiada prontidāo levar ao hábito de colocar 'todas' as escolhas politicas em termos morais binários."


(Tony Judt)


É esta uma questão de ética ou... de segurança?

Se adoptamos (caímos no hábito, como se cai vencido) um método expedito para lidar com as situações mais difíceis, como as da ética, precisamente, não é para nos pouparmos à angústia de ter dúvidas e de não saber o que fazer?

Nesse sentido, uma causa abstracta dividindo o mundo em 'bons e maus' (como fazemos todos na infância) é um verdadeiro talismã. Trata-se de regredir para uma posição mais segura, que já conhecemos.

É impossível que as idades do nosso passado não sejam, duma maneira ou doutra, contemporâneas do sujeito actual. Não como as almas enregeladas que na "Cold Song" de Purcell só querem voltar para o frio ('let me freeze again'), mas, talvez, como os espíritos de "A Midsummer Night's Dream" que troçam das nossas ilusões de  autenticidade e independência.

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